quinta-feira, 20 de setembro de 2012

PALEONTOLOGIA


Instituições envolvidas no RN.
 No Rio Grande do Norte existem muitos sítios arqueológicos e paleontológicos de significativa importância, os quais se apresentam como importante alternativa para o desenvolvimento de um turismo ecológico e cultural sustentável. Dentre os principais ou melhor conhecidos e que têm uso turístico ou potencial para exploração, podem ser citados: o Lajedo de Soledade, situado no município de Apodi, que se mostra como um sítio arqueológico e paleontológico com gigantesca e bela exibição de rochas calcárias (depositados a cerca de 90 milhões de anos, quando um mar raso cobria a região), circundadas pela caatinga, onde são encontrados ossos de animais já extintos do nosso planeta, tais como preguiças e tatus gigantes, mastodontes e tigres dentes-de-sabre, além de pinturas e gravuras, onde estão representados araras, papagaios, garças, lagartos, outros animais e formas geométricas ainda não decifradas, registrados por povos primitivos que habitaram a região na Era Glacial, entre 3.000 e 5.000 anos; Lájea Formosa, situado no município de São Rafael, na região Seridó, e distando cerca de 210 km de Natal, capital do Estado, onde se tem registros arqueológicos e paleontológicos, sobressaindo-se ainda os belos monólitos de rochas graníticas, com diversos tanques naturais esculpidos na própria rocha, os quais serviram de armadilha fatal para alguns dos gigantescos animais (mastodontes, tigres dentes-de-sabre e preguiças gigantes) que habitaram a região na Era Glacial; Pedra do Alexandre, Casa Santa e Xique-Xique I e II, no município de Carnaúbas dos Dantas (Região Seridó) e distando cerca de 210 Km de Natal, onde foram foi encontrados fartos registros de civilizações antigas que habitaram a região, com pinturas rupestres e enterramentos humanos datados entre 2.600 a 9.400 anos.
 Não o bastante, pelas suas belezas e importância cultural e turística, os sítios paleontológicos e arqueológicos são espaços naturais de extrema fragilidade e que devem somente ser explorados pelo turismo ecológico ou cultural, em pequenos grupos, e desenvolvidos por profissionais experientes no assunto, conhecedores do real valor de tais recursos e de grande responsabilidade para com o meio ambiente.


                   Instituições envolvidas do Brasil.
Sítios Paleobotânicos do Arenito Mata (Mata e São Pedro do Sul), RS
Uma das mais importantes “florestas petrificadas” do planeta
Tetrápodes Triássicos do Rio Grande do Sul
Vertebrados fósseis de fama mundial
Afloramento Bainha (Criciúma), SC
Flora Glossopteris do Permiano Inferior
Sítio Jaguariaíva, PR
Invertebrados devonianos de grande importância paleobiogeográfica
Jazigo Icnofossilífero do Ouro (Araraquara), SP
Ricas pistas de tetrápodes do Jurássico
Sítio Fossilífero de Pirapozinho, SP
Extraordinário depósito de quelônios do Cretáceo
Jazigo Rodovia Quiririm-Campos do Jordão, km 11 (Tremembé), SP
Macrofósseis vegetais do Terciário
Fazenda Santa Fé (Tremembé), SP
A maior associação de fósseis do Terciário brasileiro
Fonseca, MG
Vegetais fósseis do Terciário brasileiro
Mesossauro da Serra do Caiapó (Montividiu), GO
Um vertebrado fóssil típico do Paleozóico Superior, importante na história da Deriva Continental
Fazenda Cristal, BA
Estromatólitos mesoproterozóicos
Fazenda Arrecife, BA
Estromatólitos neoproterozóicos
Icnofósseis da Bacia do Rio do Peixe, PB
O mais marcante registro de pegadas de dinossauros do Brasil
Membro Crato da Formação Santana, Chapada do Araripe, CE
Riquíssimo registro de fauna e flora do Cretáceo
Membro Romualdo da Formação Santana, Chapada do Araripe, CE
Um dos mais importantes depósitos fossilíferos do Cretáceo brasileiro
Toca da Janela da Barra do Antonião (São Raimundo Nonato), PI
Rica fauna pleistocênica e registro da Pré-história brasileira
Ilha de Fortaleza, PA
Expressivo registro de fósseis do Cenozóico marinho do Brasil

                     Formação dos fósseis.
A formação de um fóssil é um processo muito demorado, que pode levar milhões de anos.
Nem todos os animais acabam fossilizados, o que significa que estamos ainda muito longe de conhecermos todas as espécies antigas do planeta. Isto é praticamente impossível, porque a fossilização depende muito do acaso.
A condição que favorece o processo de fossilização é o impedimento da decomposição, quando o ser vivo é enterrado, congelado ou fica sob a lama, por exemplo. Se isto ocorre, pode ser que daí surja um fóssil para nos contar uma história - porém ainda existem outros fatores que impedirão o fóssil de chegar até nós de forma satisfatória. É que, mesmo fossilizado, ele pode se dissolver, através da erosão, ou ser quimicamente alterado ou distorcido, através de mudanças bruscas de temperatura e pressão. Assim, cada fóssil encontrado é um achado para a paleontologia.
A maioria dos fósseis é constituída pelas partes resistentes dos animais e plantas, como ossos, conchas ou, o que é mais comum de se encontrar, dentes, devido à grande proteção que o esmalte lhes confere. Porém, outros indícios dos antigos habitantes do planeta podem servir para os conhecermos: os icnofósseis, ou seja, vestígios fossilizados deixados pelos animais, como pegadas, caminhos, escavações e excrementos (coprólitos).
É raríssimo encontrar um fóssil completo de vertebrado. Já os insetos, por exemplo, são muito encontrados fossilizados no âmbar. Esta substância, assim como o gelo e o betume, ajuda a conservar as partes moles do tecido.

                           Paleontologia.
     
A Paleontologia é a ciência natural que estuda a vida do passado da Terra e o seu desenvolvimento ao longo do tempo geológico, bem como os processos de integração da informação biológica no registro geológico, isto é, a formação dos fósseis.
A vida na Terra surgiu há aproximadamente 4,2 mil milhões (bilhões, no Brasil) de anos e, desde então, restos de animais e vegetais ou indícios das suas actividades ficaram preservados nas rochas. Estes restos e indícios são denominados fósseis e constituem o objecto de estudo da Paleontologia.
A Paleontologia desempenha um papel importante nos dias de hoje. Já não é a ciência hermética, restrita aos cientistas e universidades. Todos se interessam pela história da Terra e dos seus habitantes durante o passado geológico, para melhor conhecerem as suas origens.
O objeto imediato de estudo da Paleontologia são os fósseis, pois são eles que, na atualidade, encerram a informação sobre o passado geológico do planeta Terra. Por isso se diz frequentemente que a Paleontologia é, simplesmente, a ciência que estuda os fósseis. Contudo, esta é uma definição redutora, que limita o alcance da Paleontologia, pois os seus objetivos fundamentais não se restringem ao estudo dos restos fossilizados dos organismos do passado. A Paleontologia não procura apenas estudar os fósseis, procura também, com base neles, entre outros aspectos, conhecer a vida do passado geológico da Terra.
Uma vez que os fósseis são objectos geológicos com origem em organismos do passado, a Paleontologia é a disciplina científica que estabelece a ligação entre as ciências geológicas e as ciências biológicas. Conhecimentos acerca da Geografia são de suma importância para a paleontologia, entre outros, através desta pode relacionar-se o posicionamento e distribuição dos dados coligidos pelo globo.

        A posição filogenética da espécie humana entre as outras espécies.
 A espécie humana, o Homo sapiens, incluída entre os vertebrados, pertence à classe dos mamíferos. Essa classe, por sua vez, diferenciou-se em várias ordens, entre elas a dos primatas, formada também pelos macacos, gorilas e formas similares. Entre os primatas, a espécie humana é filogeneticamente próxima aos chimpanzés e aos gorilas.
Características gerais dos primatas:
 A ordem dos primatas engloba cerca de 180 espécies que variam, tanto no tamanho, como em seus diferentes modos de vida. Surgiram na era cenozóica, no período terciário. O ser humano é, entre os primatas, o que possui maior capacidade de raciocínio. Dentro da ordem dos primatas estão: micos, macacos, gorilas, chimpanzés, orangotangos, lêmures e babuínos. No Brasil, existem 77 espécies de macacos dos quais podemos citar as seguintes espécies: cuxiú-preto, bugio, macaco-barrigudo, macaco-prego, mico-leão-dourado, muriqui, soim-de-coleira, uacari-branco, etc.
           Os primatas são classificados como do novo e do velho mundo:
- Novo mundo: eles têm como principal característica suas narinas achatadas e separadas. Vivem principalmente nas florestas, sendo ativos durante o dia e dormindo à noite. Sua alimentação é feita em cima das árvores, onde se fartam de folhas e frutos.
- Velho mundo: cerca de 70 espécies na África, Ásia e Indonésia. Todos caminham com quatro patas, um exemplo disso é o babuíno.
Existe também a classificação dos primatas como sendo inferiores e superiores:
- Inferiores: constituem 21 espécies vivendo a maioria nas florestas de Madagascar. Entre esses macacos há alguns que medem 12 cm e outros que chegam a 90 cm.
- Primatas superiores: são principalmente aqueles que têm a face achatada e os olhos voltados para frente (eles não têm cauda). Os orangotangos pesam cerca de 90 kg e os gorilas chegam aos 275 kg.
Os primatas têm, em geral, as mesmas características principais que são:
- Visão binocular.
- Mãos especiais para subir, saltar e balançar em árvores.
- Manuseiam com habilidade objetos pequenos, pois tem mãos com 5 dedos.
- Possuem cérebro grande em comparação ao corpo.

            Os dinossauros no mundo.
Os Dinossauros foram grandes animais que dominaram a Terra durante a Era Mesozóica.
A palavra Dinossauro tem origem grega e significa “terrível réptil”, a denominação biológica do grupo Dinosauria foi feita pelo paleontólogo e anatomista inglês Richard Owen, em 1842. Nesse grupo, Owen incluiu os animais recém descobertos que identificou como bastante diferenciados dos répteis conhecidos. Os dinossauros se incluem numa superordem de um grupo de arcossauros do final do período Triássicoe que foram dominantes durante a era Mesozóica. Porém suas características eram distintas de outros arcossauros por possuírem posição diferente dos membros em relação ao corpo e o encaixe aberto do fêmur.
 Os dinossauros viveram na Terra do início do Jurássico(há 225 milhões de anos) até o final do Cretáceo(há 65 milhões de anos), período inserido na era Mesozóica. A divergência dos arcossauros aconteceu por volta de 230 milhões de anos atrás, no período Triássico, quando a extinção Permo-Triássica eliminou aproximadamente 95% da vida existente na Terra. A evolução dos dinossauros rapidamente determinou as características do novo grupo, na fase em que povoaram a Terra eram os maiores animais existentes. Os saurópodes, um dos grupos de dinossauros, por exemplo, representavam os maiores animais que viveram no planeta até então.
 A superordem Dinossauria divide-se em outras duas ordens que tem como diferencial, entre outras características anatômicas, a estrutura da pélvis.  Mas a taxonomia deste grupo ainda é discutida entre os cientistas. Por sua vez, os dinossauros eram divididos em seis grupos: Terópodes, maiores predadores da Terra; Saurópodes, como citado anteriormente, os maiores animais que já existiram no planeta; Ceratopsídeos, com adornos na cabeça; Estegossauros, com placas nas costas; Anquilossauros, com “blindagem” e “porrete” na cauda; e Ornitópodes, chamados de dinossauros-bico-de-pato.
O Eoraptor, primeiro gênero de dinossauro conhecido, apresenta pelos fósseis datação de 235 milhões de anos. É considerado pelos paleontólogos como o antepassado comum de todos os dinossauros, o que leva a crer que os primeiros dinossauros foram pequenos predadores bípedes. Já a espécie mais antiga que se tem notícia é brasileira, foi descoberta pelo paleontólogo Sérgio Furtado Cabreira, no Rio Grande do Sul, e recebeu o nome provisório de ULBRA PVT016, por causa da equipe de pesquisadores de Cachoeira do Sul também chamada Ulbra.
 Há mais de dez teorias que tentam explicar a extinção dos dinossauros, a mais aceita é a que aborda o Evento K-T. Segundo este, no fim do período Cretáceo, há aproximadamente 65 milhões de anos, um asteróide  se chocou com a Terra fazendo subir uma poeira suficiente para barrar a passagem da luz solar. O fato gerou uma reação em cadeia, as plantas, que necessitavam fazer fotossíntese, morreram, os dinossauros herbívoros ficaram sem ter o que comer e em seguida os dinossauros carnívoros também ficaram sem alimentos. Assim os dinossauros se extinguiram, sobrando apenas a linhagem que já tinha dado origem aos primeiros pássaros.

          Períodos Geológicos e eventos marcantes.
 Os cientistas estimam que a Terra tenha aproximadamente 4 bilhões de anos, mas, durante esse período ela passou por diferentes transformações que foram enquadradas em diferentes eras geológicas, que correspondem a grandes intervalos de tempo divididos em períodos.
A mudança de uma era geológica para outra foi estabelecida por meio de alterações significativas na crosta terrestre, sendo, portanto, classificadas em cinco eras distintas: Arqueozoica (ou Pré-cambriana), Proterozoica, Paleozoica, Mesozoica e Cenozoica.
  

 
 

               A vida na história geológica: Pangéia.
 No início do século XX, o meteorologista alemão Alfred Wegener levantou uma hipótese que criou uma grande polêmica entre a classe científica da época. Segundo ele, há aproximadamente 200 milhões de anos, os continentes não tinham a configuração atual, pois existia somente uma massa continental, ou seja, não estavam separadas as Américas da África e da Oceania.
  Essa massa continental contínua foi denominada de Pangeia, do grego “toda a Terra”, e era envolvida por um único Oceano, chamado de Pantalassa.
Pangéia (Baseado na teoria do meteorologista alemão Alfred Wegener):
              
  Passados milhões de anos, a Pangeia se fragmentou e deu origem a dois megacontinentes denominados de Laurásia e Gondwana, essa separação ocorreu lentamente e se desenvolveu deslocando sobre um subsolo oceânico de basalto.

  Após esse processo, esses dois megacontinentes deram origem à configuração atual dos continentes que conhecemos. Para conceber tal teoria, Wegener tomou como ponto de partida o contorno da costa americana com a da África, que visualmente possui um encaixe quase que perfeito. No entanto, somente esse fato não fundamentou sua hipótese científica.
Mapa mundi atual:


  Outra descoberta importante para fundamentar sua teoria foi a comparação de fósseis encontrados na região brasileira e na África, ele constatou que tais animais eram incapazes de atravessar o Oceano Atlântico, assim concluiu que os animais teriam vivido nos mesmos ambientes em tempos remotos.

  Mesmo após todas as informações contidas na hipótese, a teoria não foi aceita, foi ridicularizada pela classe científica. Sua hipótese foi confirmada somente em 1960, após 30 anos da morte de Wegener , tornando-se a mais aceita.